MP-AP realiza Escuta Psicológica no Torrão do Matapi

A escola tem matriculados 205 alunos, no Ensino Regular Fundamental 1 e 2 e Médio Modular, porém as aulas não iniciaram por falta de transporte escolar, o que inviabiliza o acesso.

Da Redação

Neste sábado, 11, os promotores de justiça de Defesa da Saúde, Fábia Nilci e Weber Penafort, psicólogos voluntários do projeto AtuAção Pela Vida, assessores e técnicos do Ministério Público do Amapá (MP-AP) realizaram a primeira Escuta Psicológica Itinerante de 2023, no distrito macapaense Torrão do Matapi. Este atendimento na zona rural foi motivado por demanda solicitada pela direção da Escola Quilombola Estadual Antônio Figueiredo da Silva em razão de indícios de alunos em sofrimento mental.

A escola tem matriculados 205 alunos, no Ensino Regular Fundamental 1 e 2 e Médio Modular, porém as aulas não iniciaram por falta de transporte escolar, o que inviabiliza o acesso. Os alunos moram em localidades diversas, como Paricais, Vila Bela, Comunidade do Rosa, Campina Grande, Areal, Igarapé das Armas, Ramal dos Maranhenses, Barreiros, Massaranduba, São Thiago, Formigueiro, São João do Maruanã, Ribeirinho do Rio Matapi e Assentamento Monte Sinai. Estas comunidades são habitadas por cerca de 3 mil pessoas.

Os psicólogos dialogaram com 12 (doze) pessoas, que passaram pelo acolhimento e atendimento, e, os casos em que houver necessidade, serão encaminhados à Rede de Apoio para continuidade do processo de acompanhamento. Os promotores de justiça, Weber Penafort e Fábia Nilci, entendem que a falta de transporte inviabilizou a procura por moradores de comunidades distantes, porque a maioria depende da condução.

Os promotores identificaram situações que prejudicam a qualidade de vida no distrito de Torrão do Matapi, como o Posto de Saúde, que está sem funcionar há quatro anos, e a unidade de Saúde mais próxima está localizada na comunidade de Ilha Redonda, distante 19 km. A Escola Quilombola Estadual Antônio Figueiredo da Silva apresenta situação de risco para os alunos, construída em 1984, o estabelecimento está em estado deplorável, carente de reforma, e não tem condições de atender toda a demanda das comunidades.

“Comunidades nesta situação de precariedade de serviços públicos não são raridade, por isso é importante a realização destas Escutas na Zona Rural, pois a maioria não tem atendimento psicológico, na escola contam somente com coordenadores pedagógicos, e a locomoção para a capital é dificultada pela falta de transporte. Além do atendimento psicológico, identificamos outras demandas que estamos encaminhando às Promotorias e órgãos competentes do Governo Estadual e Município, como a falta de pagamento do transporte escolar, que está em apuração na Promotoria de Defesa da Educação.”, afirma a promotora Fábia Nilci.

A Escuta Psicológica é uma ação do projeto AtuAção pela Vida, do Ministério Público do Amapá (MP-AP), de prevenção de suicídio e que realiza ainda capacitações e campanhas de conscientização. O projeto tem como parceiros a Procuradoria-Geral de Justiça (PGJ) e o Ambulatório de Atenção a Crise Suicida da Universidade Federal do Amapá (Ambacs/Unifap). Através da Escuta são realizados atendimento coletivo e individual, afim de reduzir os índices de suicídio e automutilação.

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