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Estado lança campanha pela Dignidade Menstrual, atendendo a requerimento da deputada Marilia Góes

Segundo o secretário de Juventude, Pedro Filé, a meta inicial de arrecadação é de 8 mil pacotes de absorventes higiênicos.

Da Redação

“Dignidade menstrual: uma luta de muitas, um direito de todas”. Essa é a campanha iniciada na quinta-feira (22/7/2021), pelo Governo do Amapá, atendendo ao Requerimento nº 0897/21, da deputada estadual Marilia Góes (PDT).

Coordenada pela Secretaria Extraordinária da Juventude (Sejuv), a campanha iniciará pelos polos do programa Amapá Jovem, em Macapá. Posteriormente, chegará aos demais municípios.

A iniciativa vai sensibilizar bolsistas e monitores do programa sobre a pobreza menstrual, conscientizar sobre a saúde íntima e dignidade humana, e promover ações solidárias, como a arrecadação de absorventes para distribuir aos que deles precisam.

Segundo o secretário de Juventude, Pedro Filé, a meta inicial de arrecadação é de 8 mil pacotes de absorventes higiênicos.

A jovem bolsista do programa, Gabriele Cristina, compartilhou sua experiência de menarca (primeira menstruação) durante o evento de lançamento da campanha. Ela reconheceu a importância de debater o tema. “No primeiro momento, foi desesperador para mim. E assim como eu, muitas meninas em idade escolar, por exemplo, passam pela primeira menstruação sem saber do que se trata, sem compreender o que está acontecendo com o seu corpo. Essa campanha tem uma importância inimaginável. Quebra tabus, informa, salva vidas”, frisou Gabriele.

A deputada Marilia Góes externou seus agradecimentos pela sensibilidade e importância que o Executivo Estadual está dando à causa. Afinal, a pobreza menstrual é um problema mundial, e real também no Amapá.

“Parabenizo e agradeço o secretário Pedro Filé e toda sua equipe técnica, bolsistas e monitores do programa Amapá Jovem, altamente envolvidos e comprometidos com esta causa. É jovem falando para jovem! É a juventude como protagonista, unida pelo bem coletivo, pelo direito à dignidade das pessoas que menstruam”, enfatizou a deputada Marilia Góes.

POBREZA MENSTRUAL

A pobreza menstrual é caracterizada pela falta de acesso à educação menstrual, produtos e serviços adequados para a higiene íntima durante o ciclo. As vítimas vivem sem acesso a água tratada, banheiro minimamente estruturado, papel higiênico ou absorvente. São adolescentes, jovens e adultas em vulnerabilidade socioeconômica, pessoas em situação de rua, mulheres privadas de liberdade, mulheres cis, homens trans e pessoas não-binárias com útero.

DIMENSÃO DO PROBLEMA

A Organização das Nações Unidas (ONU) reconheceu em 2014 que o direito à higiene menstrual é questão de saúde pública e de dignidade humana.

No Brasil, 7,2 milhões de mulheres vivem em situação de extrema pobreza, conforme a pesquisa Síntese de Indicadores Sociais (SIS) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A maioria delas está em idade reprodutiva e menstrua. Sem ter dinheiro para comprar absorvente, acabam usando retalhos de pano, papel higiênico e outros materiais inadequados para conter o fluxo, colocando sua saúde íntima em risco.

EVASÃO ESCOLAR

Cerca de 4 milhões de meninas em idade escolar não têm acesso a itens mínimos de cuidados menstruais nas escolas, de acordo com o estudo “Pobreza Menstrual no Brasil: desigualdade e violações de direitos”, realizado pelo Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) e Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF).

Uma em cada quatro meninas em idade escolar já faltou à escola durante o ciclo menstrual, por não ter dinheiro para comprar absorventes. Mais de 45% delas acredita que isso prejudicou seu rendimento escolar, é o que aponta uma pesquisa realizada pela marca de absorventes Always, em parceria com o Toluna (site de pesquisas remuneradas).

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