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Pesquisador diz que riquezas naturais são mal remuneradas pela indústria de cosméticos

Objeto de estudo de Mestrado, Reserva Extrativista do Cajari, no interior do Amapá, ainda não verticaliza a matéria-prima que sai in-natura do estado.

Cleber Barbosa, da Redação

O professor universitário Daniel Melo acaba de fechar uma pesquisa para a sua dissertação do Mestrado em que faz alertas importantes sobre como a indústria de cosméticos remunera mal a mão de obra extrativista de quem há praticamente um século luta pela manutenção sustentável da Floresta Amazônica, em especial a Reserva Extrativista do Cajari, um verdadeiro santuário de fauna e flora.

Em entrevista ao programa Café com Notícia, na rádio Diário FM (90,9), ele não usou de meios termos para ratificar suas conclusões. “Eu posso afirmar que a ciência existe hoje para melhorar a vida da população, e que ela é a maior beneficiada ao final do processo e isso deve ser compartilhado de forma simples e clara, para que a onda de negacionismo seja superada de forma consciente”, diz o professor Daniel.

Para o pesquisador, a questão passa necessariamente, pela velha questão das compensações. “Tem aspectos culturais que precisam ser levados em consideração, como o apego a terra, mas para a além disso, a estrutura socioeconômica da comunidade, essas famílias recebem em média R$ 300 mensais. O que se paga pelo produzido é muito inferior ao que se paga pelo produto final”, ponderou.

Ele detalha ainda como a engenharia entre as ações no campo até o beneficiamento fora do Amapá consiste no maior gargalo nessa relação. “O plano de manejo é inexistente e isso inviabiliza propostas como a do ICMBio, voltado para a criação de animais silvestres dentro da reserva, mas que não puderam sair do papel porque não tem delimitação do uso de recursos naturais e do sono na reserva do Cajari”, completa Daniel Melo.

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