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MP-AP reúne com ONGs e dialoga sobre assistência de saúde para pessoas com autismo

Segundo o promotor de Justiça Wueber Penafort, o Ministério Público tem um olhar especial para esse tema, já que precisam de inserção maior no Sistema Único de Saúde.

Da Redação

Os promotores de Justiça da Defesa da Saúde, Fábia Nilci e Wueber Penafort, reuniram virtualmente, na manhã da última quinta-feira (31), com Organizações Não-Governamentais, para discutir sobre assistência pública aos autistas e fiscalizar as providências dos órgãos Estaduais e Municipais no Estado. O Ministério Público do Amapá (MP-AP) acompanha constantemente as pautas sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA), e desde 2019, a Promotoria da Saúde reúne com diversas entidades, que são ouvidas e têm suas reivindicações intermediadas para uma verdadeira efetivação na assistência.

A vice-presidente da ONG Constelação Azul, Francilene Vaz, afirmou que faltam políticas públicas para o autista adulto, principalmente aqueles que possuem um diagnóstico tardio. “Ainda lutamos para ter serviço médico, assistência social e pedagógica, mas somos muito mais que esse tripé de atendimento. Falta a devida importância e respeito a essa pauta. Não precisamos de mais leis, e sim que as existentes sejam cumpridas”, frisou.

O ex-presidente da Associação Santanense de Pais e Amigos dos Autistas, Herinaldo Nascimento, ressaltou que o Estado precisa ter estatísticas corretas da população autista e que não há um cruzamento de dados preciso. Ele também pontuou que não sabe a ordem e critérios para a fila de atendimento para esse setor: “Precisamos de transparência nessas informações”, salientou.

Para o diretor-presidente da Constelação Azul, Fábio dos Santos Gonçalves, o Núcleo de Avaliação do Neurodesenvolvimento (NANDE) precisa ser institucionalizado, para que seja possível ter uma participação maior de outras entidades. Ele explicou ainda que a população autista no Estado é maior do que se informa: “O Estado precisa estar pronto, já que a estatística mundial aponta que a cada 44 pessoas, uma é autista. A população do Amapá já ultrapassa 800 mil habitantes, então temos aproximadamente, cerca de 16 mil pessoas com essa condição”, destacou.

De acordo com a ex-presidente da Associação de Pais e Amigos dos Autistas do Amapá (AMA), Jani Betânia, o Estado e os Municípios podem ajudar com apoio de efetivos para garantir essa assistência, já que a demanda aumenta cada vez mais. “Estamos com média de 100 atendimentos diários na AMA e muitas vezes não conseguimos atender da forma esperada”, pontuou.

O Ministério Público já recomendou ao Estado do Amapá, através da Secretaria de Estado da Saúde (SESA), bem como, ao Município de Macapá e sua Secretaria Municipal de Saúde (SEMSA), que realizem campanhas de esclarecimento à população sobre autismo; Treinamento sistemático de médicos para diagnóstico precoce do autismo junto a rede pública de saúde a nível estadual e municipal, além da criação de um centro de referência com qualidade no tratamento do transtorno do espectro autista dentro da estrutura de saúde mental mantida pelas redes estadual e municipal de saúde.

Segundo o promotor de Justiça Wueber Penafort, o Ministério Público tem um olhar especial para esse tema, já que precisam de inserção maior no Sistema Único de Saúde. “O MP tem dialogado com a sociedade com objetivo de congregar para juntos fazermos uma rede articulada de proteção a esses cidadãos que merecem um olhar diferenciado, principalmente no Amapá”, enfatizou o membro do MP-AP.

“A próxima etapa, após a reunião, é agendar com as Secretarias de Saúde do Estado e Município de Macapá para que apresentem o que já foi efetivado sobre direitos das pessoas com TEA, bem como cobrar as novas solicitações”, conclui a promotora Fábia Nilci.

Estiveram presentes na reunião online: Cristiane Da Silva Barbosa, presidente da Associação Santanense de Pais e Amigos dos Autistas – Assande; Herinaldo Nascimento, ex-presidente da Associação Santanense de Pais e Amigos dos Autistas – Assande; Jani Betânia Souza Capiberibe, associação De Pais e Amigos dos Autistas do Amapá – Ama/ap; Fábio Dos Santos Gonçalves, diretor-presidente da Constelação Azul; Francilene Vaz Da Silva Rabelo, vice-presidente da Constelação Azul, conselheira Estadual Da Organização Neurodiversa Pelos Direitos Dos Autistas – Onda/autismo Do Amapá; Neta Dias Lacerda, representante da Universo Azul; Alice Cristina Bessa Nunes, representante do Bloco Do Abel e Nelcirema Da Silva, vice-presidente da Amazul.

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