Covid: Incerteza de imunidade e interiorização traz hipótese de segunda onda

Pesquisador Daniel Chaves faz alertas importantes sobre o porquê de não terem sido zerados casos da doença mesmo em países desenvolvidos.

Cleber Barbosa, da Redação

O professor e pesquisador Daniel Chaves, fez um alerta nesta segunda-feira (22) sobre a possibilidade de o Amapá experimentar uma segunda onda epidemiológica de Covid-19. Foi em entrevista no rádio em que apresentou dados apresentados pela Organização Mundial de Saúde (OMS) no fim de semana e que deixam as comunidades científicas e médicas muito preocupadas.

Segundo o especialista, continua sendo um desafio para a ciência em todas as disciplinas que cercam a pandemia fazer qualquer tipo de prognóstico com total certeza, mas sim estimativas e projeções. “Isso a partir de fatores que já estão demonstrados como que a testagem, mesmo feita em massa, ainda é pouco suficiente ou hipossuficiente se a gente colocar em perspectiva a verdadeira necessidade, o que no mundo em desenvolvimento [como o Brasil] é um problema ainda maior”, disse ele.

Saber pouco sobre o real número de contaminados é uma vertente que atrapalha muito para que as autoridades monitorem pacientes e a própria pandemia, segundo o especialista.

Em linhas gerais, diz, não tem teste para todo mundo ou é muito caro. “Além desse problema, ainda tem a questão da imunidade, que ainda são objeto de pesquisas para que os infectologistas tentem compreender até que ponto quem tema Covid de fato e por quanto tempo fica imune, ou seja, que os anticorpos tenham resiliência perante a doença”, pondera o professor.

Fim da pandemia

Daniel Chaves disse ainda que nos últimos dias, China, Coréia do Sul, Nova Zelândia e Alemanha mostraram que mesmo tendo economias desenvolvidas, com sistemas de saúde mais preparados, têm uma dificuldade para zerar os casos.

No caso particular do Brasil, ele acredita que a extensão territorial dificulta muito para o arrefecimento da pandemia, pois o país tende a trabalhar os números de forma absoluta, mas estamos vendo agora a pandemia se interiorizar, então a imunidade de rebanho que se especula só pode ser medida com 70% da população do estado, o que não estamos perto, mesmo nas estimativas mais pessimistas”, diz.

A busca por uma vacina contra o novo Coronavírus projeta que para o segundo semestre o Brasil e o mundo possam conviver ainda com a pandemia – em uma nova onda para quem superou o pico.

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