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Coordenação diz que escalada da pandemia já começou e população precisa reforçar isolamento

Escalada de casos confirmados de Covid-19 no Amapá volta a provocar debates sobre estratégias de enfrentamento, em meio a pressão por flexibilizar o isolamento social.

Cleber Barbosa, da Redação

O coordenador estadual da Vigilância em Saúde do Amapá, Dorinaldo Malafaia, falou  sobre a escalada de casos confirmados de Covid-19 no estado. Para ele, é uma confirmação daquilo que a ciência previa, que a escalada da pandemia seria entre os meses de abril e maio. Em entrevista à rádio Diário FM (90,9) ele alertou que medidas mais enérgicas poderão ser adotadas, pois a vida está acima inclusive da propriedade privada.

Ele reclamou também de manifestações de pessoas públicas e até autoridades confrontando aquilo que os maiores especialistas mundiais pregam como sendo o mais recomendável a se fazer numa grave situação epidemiológica que o mundo está passando. “Crise econômica nós já estamos vivendo, o que precisamos agora é salvar as vidas de pessoas, gente como a gente, eu você qualquer um, pois aqui no Amapá já foram seis óbitos registrados, são trabalhadores, pessoas queridas por seu entes, suas famílias”, reforça o especialista.

Dorinaldo também criticou a postura do presidente da República, Jair Bolsonaro, e também se disse estarrecido com a carta da desembargadora Sueli Pini, divulgada pelas redes sociais e fixada em frente à Igreja de São José. “Eu não esperava, sinceramente, principalmente vindo de uma autoridade que goza de muita respeitabilidade, pois o documento coloca a nossa população em um risco de grande tamanho, pois achei anticientífico, afinal as afirmações em nada tem base comprovada, como a baixa letalidade argumentada”, disse ele.

Ele disse que a grande discussão não é a letalidade, mas a capacidade do sistema de saúde conseguir responder que se amplia a um nível de contaminação jamais visto, desde a Gripe Espanhola. O risco, diz, são pessoas em grande número apresentarem as manifestações mais severas da doença, que é incapacidade de respirar, e acabarem morrendo como que afogadas, só que no seco.

Rebateu ainda as alegações de que o vírus do Covid-19 não se adaptaria ao calor dos trópicos, como se especulava no começo da crise. “Isso além de nunca ter tido respaldo científico passou a ser completamente descartado pelas autoridades científicas, tanto é que países como o Equador vive uma crise absurda, onde seus mortos não têm nem cova para serem enterrados, como na Guiana [Francesa], no Suriname, como aqui na Amazônia, em Manaus, onde há crise e colapso no sistema público de saúde, como a situação do Amapá, que comprovam que a questão do clima não tem nenhuma sustentação”, ponderou.

Por fim, comentou sobre o coquetel que está sendo apresentado com a Hidroxicloroquina, pode vir a se tornar uma alternativa, mas ainda não está respaldada em evidências científicas, com testes suficientes para se ter uma conclusão. “Mas obviamente que nós não seremos completamente contrários, não fecharemos os olhos para qualquer tipo de alternativa que possa surgir no sentido da autonomia do médico, de inclusive prescrever algum tipo de alternativa medicamentosa, pois essa é uma prerrogativa do médico”, disse Malafaia.

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