“Biografia de Papaléo é incontestável”, diz Randolfe sobre polêmica no senado

O parlamentar amapaense quer trocar o nome da Ala Senador Filinto Müller, figura controversa da polícia política da Era Vargas.

Cleber Barbosa, da Redação

O senador Randolfe Rodrigues (REDE/AP) ratificou neste sábado (27) a decisão de alterar o nome de uma das alas internas do senado federal, em Brasília, como uma homenagem póstuma ao ex colega de parlamento, João Bosco Papaléo Paes, que faleceu em Macapá na última quinta-feira, vítima de covid-19. ele admite que o tema levantará polêmica ou até embate ideológico, pois o nome a ser substituído será o do senador Filinto Müller – que teria chefiado a polícia política durante o estado novo de Getúlio Vargas.

Randolfe concedeu entrevista ao programa Togas&Becas, da rádio Diário FM (90,9) e rechaçou qualquer tentativa de derrubar sua proposição, que garante já estar pronta e já articula apoio político para sua aprovação. “A biografia de Papaléo é incontestável. Um nome é formado pelo que ele faz nessa vida, o que eterniza um homem são suas obras e essa ala é objeto de questionamento há muito tempo, por parlamentares de todas as matizes, então eu acho que o debate não pode ser entre esquerda e direita, mas sobre a biografia que cada um tem”, sustenta o senador.

Randolfe disse que Papaléo Paes nunca foi visto na política como alguém extremado, à esquerda ou à direita, muito pelo contrário, ele era visto como um cidadão humanitário e de profunda sensibilidade, especialmente ao sofrimento do outro, daí não querer colocar se nome diante de uma situação de qualquer contestação.

Polêmicas

De fato, não é a primeira vez que se tenta mudar o nome dessa ala. Em 2014, por exemplo, a Comissão de Direitos Humanos do Senado chegou a aprovar a troca do nome de ala para Luís Carlos Prestes. Figura controversa de da história do país, o ex-senador Filinto Müller representou durante 4 mandatos o estado de mato grosso, tendo falecido em 1973. Durante a ditadura Vargas teve envolvimento direto na extradição de Olga Benário para a Alemanha, no regime nazista alemão, em 1936. Grávida, acabou morta em um campo de concentração.

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