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ALAP fecha mês de conscientização contra a violência doméstica com Blitz

Dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2021 e do Tribunal de Justiça do Amapá revelaram que crimes contra as mulheres aumentaram neste período de pandemia.

Da Redação

As parlamentares da Procuradoria Especial da Mulher e da Frente Parlamentar pela Prevenção da Violência Contra a Mulher e Redução do Feminicídio foram para as ruas com a Blitz: “Educar para Combater o Feminicídio”, com o objetivo de informar e conscientizar a população sobre a importância de combater a violência doméstica nos bairros da capital que apresentam um elevado número de casos registrados.

A ação aconteceu simultaneamente nos bairros Congós, Perpétuo Socorro, Brasil Novo e Residencial Macapaba. Os locais foram selecionados devido os registros, nos órgãos, apontarem como sendo os de maiores índices de violência doméstica.

Em 2015, o Centro de Apoio Operacional de Defesa da Mulherdo Ministério Público Estadual – CAOP MULHER/MP-AP publicou o Relatório Estatístico da Violência Doméstica contra a Mulher em Macapá, e concluiu que os bairros Congós e Brasil Novo registraram o maior número de casos de violência doméstica contra a mulher. Os crimes de lesão corporal são os mais praticados, seguidos das ameaças e crimes contra a honra.

Segundo informações do Centro de Referência em Atendimento à Mulher (Cram), o bairro Cidade Nova, na Zona Leste de Macapá está entre os que apresentaram grandes índices de violência contra a mulher, também em 2015.

Dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2021 e do Tribunal de Justiça do Amapá revelaram que crimes contra as mulheres aumentaram neste período de pandemia. Em 2020, os registros de violência doméstica com lesão corporal dolosa, ou seja, o agressor teve a intenção de ferir, subiram 45%, colocando o Amapá com a maior alta entre os estados.

“A Assembleia Legislativa veio aqui dizer ‘chega de violência’, e para as mulheres nós afirmamos que elas não estão sozinhas, elas estão protegidas por nós. E com relação aos casos de feminicídios, nós iremos acompanhar todos os casos e pedir justiça”, declarou da deputada Cristina Almeida (PSB), que é coordenadora da Frente Parlamentar e Procuradora Adjunta.

O objetivo da ação foi a de conscientizar a população da necessidade de combater a violência doméstica e informar sobre o trabalho da Procuradoria da Mulher, da Frente Parlamentar e do disque 180, através da distribuição de panfletos, cartazes e adesivos.

Para deputada Telma Gurgel esta ação visa conscientizar as mulheres a denunciarem seus agressores e, possibilitou uma conversa com os homens para que não pratiquem violência contra as mulheres. Falou ainda sobre a importância de educar a criança para que na idade adulta ela não venha ser um agressor ou uma vítima.

A deputada Aldilene Souza falou do valor de se conscientizar as mulheres e educar os homens para o fim desta violência que tem sido um problema mundial, principalmente neste período de pandemia. “É necessário se abordar toda questão familiar e educar os homens para que entendam que não é de forma violenta que se deve tratar uma mulher, mas com carinho e respeito”, enfatizou a deputada.

Em cada bairro esteve presente uma parlamentar, abordando os moradores e os veículos que trafegavam ali próximo a blitz. Além delas, o Grupo Justiça por Elas, que reúne diversas famílias que sofrem com a morte de uma mulher vítima de feminicídio, esteve presente clamando por justiça.

Ana Silva, coordenadora do grupo declarou que hoje as famílias podem dizer que conseguiram uma vitória, que unidas elas chamaram a atenção da justiça do Amapá para os casos de feminicídio e agora aguardam que a justiça seja feita.

Aldineia, mãe da Cabo Emily, que foi assinada em 2018, participou da ação e elogiou a Assembleia Legislativa pela iniciativa da campanha. Disse que este tipo de ação deveria acontecer mais vezes durante o ano e se estender aos demais municípios que ficam distante de Macapá.

“Peço que a mensagem chegue aos homens e eles se conscientize de que mulher não é propriedade deles, e que todas nós merecemos respeito. Hoje eu peço também, justiça para o caso da minha filha, que há três anos a gente aguarda o fim desse processo”, disse Aldineia.

A Blitz Educar para combater o feminicídio marcou o fim da Campanha Agosto Lilás, mas os trabalhos da Procuradoria Especial da Mulher e da Frente Parlamentar pela Prevenção da Violência Contra a Mulher e Redução do Feminicídio da Assembleia Legislativa permanecem, e é também um meio por onde as vítimas de violência possam denunciar seus agressores e buscarem ajuda. A Procuradoria dispõe de advogado, psicólogos e assistente social que estão a disposição para auxiliar as mulheres vítimas de violência doméstica.

Outro meio de denunciar é o disque 180, que é um número de discagem gratuita, ou seja, a pessoa pode ligar de qualquer telefone e não vai pagar pela ligação. Não se cale, denuncie!

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