Movimento considera que morte de travesti tem características de transfobia

Dandara Sousa, liderança do movimento LGBT no Amapá, vai ao rádio e sustenta tese que caso tratado como latrocínio pode estar ligado ao ódio por transexuais e travestis.

Cleber Barbosa, da Redação

Presidente da União Nacional LGBT Amapá, Dandara Sousa, falou sobre o polêmico assassinato de uma travesti em Macapá na madrugada desta sexta-feira (09. Ela concedeu entrevista ao programa Café com Notícia, na rádio Diário FM (90,9), quando deu mais detalhes sobre o que tanto intriga o movimento, amigos e a polícia sobre a morte de Marcinha Vaz, de 30 anos de idade.

As primeiras informações confirmam que a vítima estava trabalhando num conhecido ponto de prostituição da capital, na Rua Claudomiro de Moraes, próximo ao Conjunto Habitacional São José. “Durante o apagão daquela noite, que durou aproximadamente uma hora, aconteceu um assalto próximo onde ela estava, com outras transexuais e travestis”, relatou.

Durante a abordagem dos bandidos, que após anunciarem o assalto e exigir que entregassem suas bolsas, Dandara diz que recebeu informações das testemunhas e populares que Marcinha se recusou a entregar seus pertences como a bolsa e o celular, decidindo sair correndo, quando foi alvejada com dois tiros nas costas.

Intolerância

Ela também disse que a polícia ainda não tem informações sobre os autores do crime, mas que o movimento social vem atuando por seus próprios meios para levantar tais informações. “A segurança pública do estado ainda deva muito para nós então deixo aqui um questionamento sobre a quem serve a nossa polícia, pois a Marcinha não é a primeira e não será a última travesti assassinada nas esquinas da nossa cidade e também em municípios do interior, então quem devemos criminalizar quando se negligencia a morte de uma pessoa, quem morreu ou os criminosos? Para nós foi um latrocínio sim, mas com todas as características de transfobia”, disse ela.

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