Confusão na Câmara pode resultar em anulação dos atos, diz ex presidente

Cleber Barbosa, da Redação

O vereador Ruzivan Pontes (SD), que vinha exercendo a presidência da Câmara de Macapá até a determinação judicial pela realização de nova eleição para a Mesa Diretora, manifestou-se pela primeira vez sobre a confusão que interrompeu a sessão para a votação de ontem. Ele esteve nesta sexta-feira (05) no programa LuizMeloEntrevista, na rádio Diário FM, ocasião em que disse ser passíveis de nulidade todos os atos praticados após o encerramento dos trabalhos, conforme determinou o presidente em exercício, vereador Yuri Pelaes (MDB), por alegar completa falta de condições para a continuidade da sessão, diante da confusão e briga generalizada.

Ruzivan esteve acompanhado na entrevista pelo vereador Pastor Dídio (PRB), que foi o parlamentar a protocolar junto à Comissão Eleitoral documentação pedindo o adiamento da eleição, por entender ter sido muito exíguo o tempo dado em edital para a formação de chapas e a realização de uma nova eleição – quarenta a oito horas. O colegiado acatou, por dois votos a um, o pedido formulado por ele e encaminhou o parecer à Mesa Diretora.

O ex presidente da Câmara de Macapá, vereador Ruzivan Pontes (SD) na rádio Diário FM | Foto: Reprodução

Foi exatamente a partir da tentativa de fazer a leitura deste expediente que a confusão começou. O vereador Caetano Bentes (PSC), secretariava os trabalhos e se recusou a fazer a leitura, conforme havia sido determinado pelo presidente da sessão, Yuri Pelaes. “Foi então que o presidente pediu que outra parlamentar, a vereadora Bruna Guimarães procedesse a leitura, mas o vereador Caetano deu uma da Cátia Abreu e se apropriou do documento, agredindo verbalmente o presidente da sessão que o empurrou, dando início a toda aquela confusão”, disse Dídio.

Tensão e medo

Após a intervenção da Guarda Municipal e depois pela Polícia Militar, o vereador Yuri Pelaes chegou a reabrir a sessão, mas apenas para anunciar que os trabalhos seriam encerrados por falta de condições emocionais e pela destruição parcial do Plenário. Ele se retirou e ainda dispensou os servidores da Câmara Municipal, que teriam também apresentado muito nervosismo e alguns até mesmo parlamentares precisaram de atendimento médico, como a vereadora Maraína Martins (PR), que inclusive está grávida.

Mesmo assim, sem som, taquigrafia e até iluminação, os trabalhos foram reabertos pelo vereador Caetano Bentes, que é o 1º secretário da Mesa Diretora. Ele abriu a eleição e chamou os parlamentares para a votação nominal, nas duas chapas legalmente inscritas, uma encabeçada por Marcelo Dias (PPS) e outra por Gean do NAE (MDB). Mas apenas os eleitores de Marcelo manifestaram o voto, então Caetano Bentes proclamou como eleita a chapa de Dias, por 12 votos a 0, dando posse a ele imediatamente. Depois foi aberta a votação para o cargo de 1º vice presidente, sendo declarada eleita pelo mesmo placar a vereadora Adriana Ramos (PTB).

Outro lado

O vereador Marcelo Dias também falou com a imprensa nesta sexta-feira. Disse que a tentativa de barrar a nova eleição para a Câmara é que ensejou toda a confusão, pois havia uma determinação da Justiça para a realização da votação pelos dois cargos vagos na Mesa Diretora. Ele também avalia que a disputa vai ensejar uma nova batalha judicial pelo direito de presidir o Legislativo de Macapá. “Eu só posso pedir desculpas à população, pois isso jamais havia sido visto na Câmara Municipal de Macapá”, disse ele, que prometeu dialogar com o outro lado para apaziguar os ânimos e retomar a agenda de trabalhos, que é o que a população espera de seus representantes.

Reveja vídeo com a confusão na Câmara de Vereadores de Macapá

 

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